A Internet brasileira é uma das mais vibrantes do mundo. E boa parte dessa ebulição acontece nas Lan-Houses. Só que, agora, as lan-houses estão mudando.
A inclusão digital no Brasil é crescente e constante. A cada dia que passa mais gente, das mais diferentes classes sociais, têm acesso a um computador. E apesar da crescente venda de PCs, uma das grandes responsáveis por esse fenômeno são as lanhouses, que tiveram um verdadeiro boom alguns anos atrás. Mas como estão essas casas hoje em dia?! Será que elas continuam assim tão importantes?!
Estima-se que 38% dos brasileiros pretendem comprar um novo computador agora, em 2011. No ano passado, a venda de PCs cresceu 26% em relação a 2009. Mas, apesar dessa tendência e do crescimento de poder de compra do consumidor brasileiro, muitos não abrem mão das lanhouses.
"Local que eu encontro pra falar com a namorada, onde eu converso com ela no Skype. Aqui eu posso ver e conversar pelo microfone, ouvir música e entrar nas redes sociais pra falar com amigos da minha cidade", conta David Farias, garçom.
Em um levantamento recente e inédito realizado pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil, 39% dos entrevistados eram usuários de internet, mas apenas 25% deles tinham um micro em casa. Ou seja, parte significativa dos internautas brasileiros – e não só eles – ainda freqüentam esses estabelecimentos que oferecem conexão à web por hora.
"A Lan House é, sobretudo, um fenômeno social que teve seu boom nestes últimos quatro anos. Desde 2005 até hoje ela tem um paple muito importante na inclusão digital, justamente pela falta de acesso ao computador e internet em casa. Ela teve e, continua tendo, um papel importante, principalmente porque ainda vai demorar um tempo para que todos domicílios tenham internet. Principalmente aqueles lugares mais remotos, na periferia ou em áreas de baixa renda", explica Alexandre Barbosa, gerente do CETIC.br.
Muita gente, apesar de ter um computador em casa, ainda prefere o ambiente das lanhouses. Segundo o dono deste estabelecimento, 95% dos seus clientes possuem PC, mas vêm acessar a web ou jogar online aqui, seja porque a conexão é mais rápida ou simplesmente pelo fato de ser um lugar mais divertido.
"Quando é pra trabalho é pela velocidade da internet, quando é pelo jogo a gente prefere aqui, porque é um ambiente mais descontraído", conta Zandriel Dalagnol, caixa. Já Nixon Neves, atendente de um cybercafé, acredita que o ambiente é bem mais sociável. "As pessoas vem se divertir, conversar, trocar ideias sobre jogos que elas gostam e é uma maneira de se socializar", diz.
David Farias, até tem computador mas disse que se tornou um hábito frequentar a lan house. "A internet também é um pouco lenta, então venho pra Lan House porque é mais rápido", conclui.
Outros, só vêm mesmo porque não têm um micro em casa, caso o contrário não iria para Lan Houses, como é o caso do DJ Tiago Neves. "Com a rede sem fio eu usaria em casa no lugar público e também não gastaria tanto dinheiro", conta.
Depois do boom que as lanhouses tiveram cerca de seis anos atrás, a partir de 2009, muitas dessas casas começaram a falir. O negócio já não era mais tão promissor. Isso, devido exatamente a esse aumento de pessoas que possuem sua própria máquina, com conexão de banda larga, em suas casas. Mas algumas lanhouses não foram afetadas por esse declínio. Esta, por exemplo, funciona há oito anos; possui 25 computadores e tem um público fiel.
"A Lan house está mudando seu perfil de negócio, porque é de se esperar que a medidad que o cidadão tenha acesso à internet na sua residência, ele não precise da Lan House. Então, teoricamente a Lan House tenderia a desaparecer. No entanto, hoje as Lan Houses já buscam sevriços complementares", conta Alexandre Barbosa.
Hoje, para sobreviver a essa nova realidade, as lanhouses precisam ir além; oferecer uma maior diversidade de serviços além da conexão à internet. Algumas oferecem serviços de papelaria, fazem cópias, há comidas e bebidas e, claro, jogos.
"Existe todo o preconceito que a Lan House é um lugar de jogos, e isto a gente viu em pesquisas que não é isto exatamente. Claro que as pessoas vão pra lá pra jogar, principalmente, em rede, porque tem o lado social de encontrar os amigos e usufruir de uma infra estrutura melhor", finaliza Alexandre.
Está aí...precisamos quebrar alguns preconceitos. E para quem nunca experimentou, vale, sim, uma visita a uma lanhouse legal; de preferência com amigos...pode ser um programa diferente e bastante divertido.
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